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terça-feira, 2 de abril de 2013


A Pescaria do Macaco – Um caso verídico
Pescaria do Macaco2O inusitado e o imaginário nunca foram mais cúmplices. Esta é a história de uma pescaria que terminou com uma caçada.
É incrível como nossa imaginação é suscetível, especialmente quando garoto a acreditar em situações, que hoje, parecem completamente bizarras. Mas a história que vou relatar, verdadeiramente aconteceu e me ocasionou um grande transtorno.
Maués sempre foi muito especial em minha vida. Contava os dias para o início das férias e também para o final delas, muitas vezes abrindo mão de ir para o Rio de Janeiro, coisa que meu pai não entendia. Gostava de tudo, mas se havia uma coisa que realmente me fascinava era ouvir histórias de pescador e caçador, adorava sentar para ouvir meu avô contar fatos de suas experiências e também de outras pessoas, quando percebia que o assunto era de pescaria ou de caçadas.
Maués era muito pequena,  naquela época e só haviam duas ruas: a rua da frente e a rua de trás e, como toda cidade pequena tinha sua  pracinha, um lugar onde todos se encontravam.
Um dia estando na pracinha avistei um senhor muito conhecido por suas histórias de pescador e caçador, ele estava sentado no banco da praça e eu não podia deixar passar aquela oportunidade, me aproximei e comecei a puxar assunto e foi aí que ele me contou a história da pescaria do macaco.
Disse ele que certa vez saiu para pescar de tarrafa e se posicionou num ponto estratégico à espera de um cardume. Sendo muito experiente, pelas ondas que se formavam, conhecia a espécie e calculava a quantidade de peixes. Esperava debaixo de uma árvore, até que percebeu a aproximação de um cardume que ele logo detectou se tratar de como um bando de tambaqui em grande quantidade, ele se arrumou na canoa para fazer o lance, abriu bem a tarrafa e lançou-a em cima do cardume…, esperou um tempo para que a tarrafa se fechasse, ao recolher a rede (de tarrafa) começou a contar os peixes – aí eu não me contive e perguntei: quantos foram? Ele disse: 600 tambaquis e um macaco! … um macaco? Ele disse: sim, ele (o macaco) estava assistindo a pescaria no galho da árvore e foi pego pela tarrafa! Fiquei pasmo, não pela quantidade de tambaquis, mais sim pelo inusitado da pescaria do macaco. Fiquei extasiado, já tinha minha história de férias para contar.
Estudava no colégio Dom Bosco, nossas carteiras eram daquelas que sentavam dois alunos, meu parceiro de carteira era o ex-vereador João Leonel Feitosa, estávamos na aula de matemática ministrada pelo Professor Antonio Credie e eu resolvi contar a minha história de férias. Quando terminei o João Leonel deu uma risada muito alta, que assustou todo mundo, inclusive o professor, que perguntou chateado: “que porra é esta?” o João Leonel disse: o tio do Gaudêncio que pegou 600 tambaquis e um macaco! E todo mundo riu. O professor furioso nos colocou para fora da sala de aula e nos deu três dias de suspensão.
Por consequência perdemos uma prova de física do professor Arnaldo Russo e ficamos para recuperação, este foi o transtorno da pescaria do macaco.
Gaudêncio Andrade
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